Endodontia não é somente instrumentação

A nova era da endodontia definiu um padrão importante em relação à tecnologia. Atualmente ninguém quer trabalhar com instrumentação que não seja mecanizada. Tudo bem! Concordo! Eu também não quero!

No entanto, o grande problema é: endodontia não é somente instrumentação!

Principalmente em casos de necrose, é tão importante o trabalho químico auxiliar quanto à instrumentação mecanizada. É importante definir-se bem: substância irrigadora também pode ser química auxiliar. Apesar de haver divulgação da utilização de substâncias bactericidas como o digluconato de clorexidina, nada é tão eficaz quanto o hipoclorito de sódio. Logicamente que com porcentagem de, no mínimo 2,5%. Ideal mesmo é de 5,25%. Qual o motivo? Além da ação bactericida, ainda mais importante é a ação de degradação da matéria orgânica no endodonto, realizada pelo hipoclorito de sódio durante a instrumentação como substância irrigante e ao final do controle, a toilete final onde ele atua como substância química auxiliar.

Outra questão de relevância é a utilização do ácido etileno diamino tetracético tensoativo – EDTA T, Fórmula e Ação® – substância química auxiliar que, na toilete final remove matéria inorgânica. A soma das duas substâncias potencializadas pela ação de vibração ultra sônica determinam uma correta preparação para a fase de ação de difusibilidade iônica do paramonoclorofenolato de cálcio. Radical que difunde por entre os canalículos dentinários, degrada a proliferação microbiana na estrutura do corpo de dentina. Quando falamos em matéria orgânica e inorgânica estamos indiretamente citando a lama dentinária que: somente com a ação destes produtos será removida. Caso isto não aconteça, haverá deficiência na ação da barreira física e química que ficará no endodonto entre sessões. Esta barreira que estou me referindo é uma pasta que contém dentre outros componentes, o hidróxido de cálcio e também o paramonoclorofenol canforado. Cito uma marca comercial consagrada: Callen PMCC.

Não podemos negligenciar ao paciente conhecimento científico e o nosso coeficiente de preocupação endodôntico tem que ser zero! Por isso, além da tecnologia, precisamos da ciência e do bom senso.

Para maiores informações deixamos nossos e-mails:

jdendod@yahoo.com.br Prof. José Dias da Silva Neto

sousrs@yahoo.com.br Prof. Sérgio Ribeiro da Silva

 

Referências:

Silva Neto JD, Brito RH, Schnaider TB, Gragnani A, Engelman M, Ferreira LM (2010). Root perforations treatment using mineral trioxide aggregate and Portland cements. Acta Cir Bras 25:479-484.

Silva Neto JD, Schnaider TB, Gragnani A, Paiva AP, Novo NF, Ferreira LM (2012). Portland cement with additives in the repair of furcation perforations in dogs. Acta Cir Bras.27:809-814.

Silva SR, Silva Neto JD, Novo NF, Veiga DF, Schnaider T, Ferreira LM. Portland cement versus MTA as a root-end filling material. A pilot study Acta Cir Bras 2015;30(02):160-164.

Compartilhar: